Dinâmica une professor, aluno e profissional do mercado em conversa sobre produção virtual no audiovisual. Crédito: Malu Carvalho
Cenários virtuais no audiovisual foram o ponto central da conversa, no dia 17 de junho, com o líder criativo das produtoras Mamute e Surreal, Alexandre Arrabal. O encontro foi uma iniciativa do professor Pedro Henrique Ferreira para a disciplina Cinema, Audiovisual e Desafios, na qual recebe profissionais do mercado convidados pelos próprios estudantes. Foi João Adams, aluno de Estudos de Mídia e estagiário de Arrabal na Surreal, quem conduziu o bate-papo. O designer, que atuou na Globo por 33 anos, exibiu peças do seu trabalho para a TV, na dramaturgia e no jornalismo, e outros produtos audiovisuais.
A marca da atividade de Arrabal é a integração da tecnologia com a realidade. Entre os cenários que produziu, estão os estúdios da Globo para transmissão das Olimpíadas de 2016 e 2020 e da Copa do Mundo de 2018, além do estúdio do Jornal Nacional e do Fantástico. Ainda na emissora, o ex-aluno da PUC-Rio produziu recursos visuais para reportagens, como um vídeo todo feito em computação gráfica sobre a vacina da Covid-19. O vídeo começou a ser elaborado antes mesmo do surgimento das vacinas e levou seis meses para ficar pronto. Arrabal destacou a importância de antecipar as oportunidades para realizar bons trabalhos que incorporem o virtual no físico.
– Quando você tem iniciativa de propor as coisas, você consegue se antecipar e fazer melhor. Temos que buscar capturar a atenção das pessoas e surpreender para encantar. É importante usar todas as ferramentas disponíveis e fazer isso pensando na ideia antes do recurso. O principal é fazer as coisas com qualidade, não pelos outros, mas por você.
Arrabal detalhou o trabalho de cenografia destas produções, que incorporam gráficos integrados, imagens em 3D e gravações reais que passam por um computador até os painéis de LED. Em uma nova empreitada com produção virtual na própria produtora, ele contou que as novas tecnologias permitem a criação de novas linguagens e formatos. Segundo ele, mesmo que mais caros, os painéis de LED, em estúdio fechado, garantem às gravações mais previsibilidade e economia em logística.